quinta-feira, 22 de agosto de 2019

A importância do rótulo na escolha do vinho

No rótulo do vinho estão contidas informações básicas e muito importantes na hora em que você vai escolher um vinho para um jantar romântico ou simplesmente quando vai a uma loja especializada comprar algumas garrafas para reabastecer a sua adega.

Não é difícil ler um rótulo, e isso lhe ajudará a não ficar mais perdido com a infinidade de exemplares expostos nas imensas prateleiras das lojas e supermercados espalhados pelo Brasil.

Algumas das informações contidas no rótulo são obrigatórias no país onde o vinho foi fabricado, enquanto que outras informações são obrigatórias no país onde ele será vendido.

É através do rótulo que você deve se basear para fazer a escolha do vinho desejado. Mas, o que devo procurar num rótulo?  Como ele me ajudará na escolha de um vinho? O que devo saber antes de comprar? Essas são as principais perguntas que você deve fazer na hora de ler um rótulo para comprar um vinho.

Antes de se dirigir a uma loja especializada ou a um supermercado, você deve saber que tipo de vinho deseja comprar. Basicamente, todas as garrafas de vinho possuem um rótulo e um contra-rótulo.

O rótulo ou rótulo da frente dá nome ao vinho e informa a safra –ano em que as uvas foram colhidas, mostrando sua idade – o teor alcoólico, o país de origem, a região produtora e, principalmente, captura seu olhar quando você passa pela prateleira.

Já o contra-rótulo ou o rótulo de trás fornece um pouco mais de informações, que variam de dados técnicos –pH, acidez total – a dados sobre o produtor e sobre o importador, sugestões de harmonização, por exemplo. Essas são as informações comumente encontradas nas garrafas e são as que você deve buscar para conhecer mais sobre determinado vinho.

O vinho está cada vez mais próximo do dia-a-dia do consumidor que nos últimos anos vem buscando, através de cursos básicos, conhecer mais sobre esse universo.

A indústria vinícola percebeu que além dessa recente popularização, a harmonização é o assunto que desperta maior interesse e fascínio aos recém-chegados enófilos e aos mais experientes também, facilitando a decisão na compra de um vinho.

Dessa forma, no contra-rótulo vem uma sugestão genérica de harmonização de quais pratos combinam mais com o vinho em questão. Por não ser uma informação obrigatória, caso não a encontre no contra-rótulo, chame um atendente para ajudá-lo e pergunte.

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Outras informações complementares àquelas já apresentadas, que também devem ser encontradas são: denominações de origem, indicação de procedência, adição de SO2 e “não contém glúten”.

Muitas pessoas apresentam uma intolerância ao glúten e não podem ingerir nada que seja feito à base de trigo, centeio, aveia e cevada, são as portadoras da doença celíaca.

De acordo com a lei 10.674 de 16/05/2003, uma advertência deve ser impressa nos rótulos e embalagens dos produtos. Essa informação é encontrada no contra-rótulo dos vinhos.

As denominações de origem, encontradas nos rótulos, confirmam que o vinho provém de determinada região ou sub-região e cumpre com todos os requisitos exigidos pela legislação do país de origem do vinho. Como estamos no ano da França no Brasil, vou me restringir as AOC’s (appellation d’origine contrôlée) .

Esse sistema foi criado em 1935 com o objetivo de proteger os produtores honestos e, consequentemente, seus consumidores, garantindo assim que o vinho contido na garrafa corresponda à declaração do rótulo. Desde sua criação, o sistema de denominação de origem vem oferecendo garantias sobre a origem, o tipo e a qualidade da bebida.

Mas nem sempre um vinho de AOC, por exemplo, tem uma qualidade superior a vinhos de classificações inferiores como Vin de Pays D’Oc ou alguns Vin de Table.

Se formos para a Itália, país vizinho da França, temos um exemplo bem real dessa afirmação, que são os vinhos mundialmente conhecidos como os Supertoscanos –os fora da lei – classificados como Vino diTavola e alguns como IGT Toscana mas são em sua maioria muito superiores em termos de qualidade de vinhos classificados como DOC (Denominazione di Origine Controllata) e DOCG (Denominazione di Origine Controllata e Garantita).

No Brasil, ainda não temos as famosas denominações de origem, mas o Vale dos Vinhedos , a partir da união de seis vinícolas, criou em 1995 a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) surgindo com o propósito de alcançar uma Denominação de Origem, mas foi necessário passar primeiro por uma Indicação de Procedência.

O resultado desse esforço resultou no levantamento histórico do mapa geográfico e o estudo da potencialidade do setor vitivinícola da região.

Com a aplicação do dióxido de enxofre (SO2) evita-se a oxidação do vinho que age como anti-séptico e antioxidante. O uso do enxofre em excesso é muito malvisto e era o responsável pela famosa dor de cabeça após se beber uma garrafa de vinho no passado.

Por fim, uma última informação que julgo importante na leitura de rótulo é “Mis en bouteille au château” em francês ou “Embotellado en origen por <nome da vinícola ou do produtor>” em espanhol, por exemplo, e indica que o vinho foi engarrafado no local de produção, um sinal que costuma indicar que determinado produtor se preocupa com a qualidade.


texto - Rafael Puyau


*Rafael Puyau (contato@rafaelpuyau.com.br) consultor-Sommelier com formação em enologia pelo Centre de Formation Professionnelle et Promotion d’Aude (CFPPA) em Narbonne, Sul da França é formado em sommelier pelo Instituto de Vinhos da Argentina. Certificado nível 3 pela Wine and School Education Trust (WSET), escola de vinhos de Londres e consultor empresarial pela Faculdade Arthur de Sá Earp (FASE) em Petrópolis. 
Instagram rpuyau

site – www.rafaelpuyau.com.br

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